Por que esta planta é considerada o melhor analgésico para dor crônica e incapacitante?

Os canabinoides tem ganhado bastante atenção devido suas variadas propriedades terapêuticas, incluindo o alívio da dor. O mecanismo de ação destes compostos no alívio da dor é complexo e envolve vários sistemas no corpo humano.

Em primeiro lugar, eles interagem com o sistema endocanabinoide (SEC), que é uma rede de receptores, enzimas e endocanabinoides que desempenham um papel fundamental na regulação de diversas funções fisiológicas, incluindo a percepção da dor.

Dessa forma, a Cannabis age na dor de forma diferente dos analgésicos comuns, além disso, os canabinoides possuem propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir a dor associada à inflamação.

Por exemplo, o paracetamol age principalmente no sistema nervoso central, inibindo a enzima ciclo-oxigenase (COX), embora o mecanismo exato ainda não seja completamente compreendido. Isso reduz a percepção da dor. Já os analgésicos como o ibuprofeno, inibem substâncias químicas que causam inflamação, dor e febre. Ao inibir essas enzimas, reduzem a inflamação e, consequentemente, a dor.

Por fim, os opioides, como a morfina e a codeína, agem ligando-se aos receptores opioides no cérebro e na medula espinhal, bloqueando a transmissão dos sinais de dor e alterando a percepção da dor no cérebro. No entanto, os opioides têm um alto potencial de abuso e dependência, além de efeitos colaterais potencialmente graves, como depressão respiratória, sendo usados principalmente para casos de dor crônica.

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Em termos de eficácia e segurança, os canabinoides tem um perfil de segurança favorável, com poucos efeitos colaterais no caso do CBD, CBG e CBN, e mais expressivos no THC, mas que podem ser controlados com a união com CBD por exemplo.

O que os tornam grandes substitutos para o uso prolongado em quadros crônicos, que exigem um uso constante de medicamentos para aliviar a dor. Os analgésicos comuns podem ter uma variedade de efeitos colaterais, dependendo do medicamento e da dose, então o uso prolongado se torna muito sacrificante.

Um estudo chamado “Pacientes com Cannabis medicinal relatam melhorias no funcionamento da saúde e reduções no uso de opiáceos” (tradução), de 2022, contou com uma amostra de 2.183 entrevistados que relataram suas percepções do uso da Cannabis medicinal para o tratamento da dor crônica.

A grande maioria dos pacientes considerou a Cannabis medicinal um componente essencial para melhorar sua qualidade de vida. Entre esses indivíduos:
60,98% relataram que usavam analgésicos antes de começar a usar Cannabis medicinal
93,36% desses pacientes notaram uma mudança na sua medicação para dor após a introdução da Cannabis medicinal.
79% informou que interrompeu ou reduziu o uso de analgésicos desde o início do tratamento com Cannabis medicinal
11,47% relataram melhorias em sua capacidade funcional.

O estudo conclui indicando que alguns pacientes podem reduzir ou mesmo cessar o uso de opioides e outros alopáticos, mediante acesso à Cannabis medicinal, potencialmente sem prejudicar a qualidade de vida ou o funcionamento da saúde. Isto é sugestivo do papel de redução de danos e dos efeitos poupadores de opiáceos da planta num estado de qualidade controlada e apenas para uso médico regulamentado.
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Referências:

Pritchett, C. E., Flynn, H., Wang, Y., & Polston, J. E. (2022). Medical Cannabis Patients Report Improvements in Health Functioning and Reductions in Opiate Use. Substance Use & Misuse, 57(13), 1883-1892. DOI: 10.1080/10826084.2022.2107673

SISTEMA ENDOCANABINOIDE

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