"Ficamos chocados com tamanha eficiência, quanto à melhora, não foi só dela, mas também da família inteira."

- Katiele de Bortoli Fischer

Vamos contar a história da primeira família a conseguir a importação da Cannabis para o Brasil e luta travada para conseguirmos ter o acesso que temos hoje, veja abaixo.

Em 2012, Katiele de Bortoli Fischer, recebeu o diagnóstico da sua filha Anny com um distúrbio chamado Síndrome CDKL5, uma condição genética rara que afeta principalmente meninas, causado por defeitos numa proteína chamada CDKL5, (cyclin-dependent kinase-like 5).

Esse distúrbio chegava a causar na garota mais de 80 convulsões por semana e nenhum medicamento era capaz de aliviar significativamente os sintomas. os primeiros sintomas vieram aos 45 dias de vida, "É uma síndrome muito rara. Só conseguimos encontrar 30 casos em todo o país." disse Katiele em entrevista para a UOL.

Por ser uma síndrome tão rara, o tratamento era muito difícil, aos quatro a menina começou a ter crises mais perigosas, aos três ela havia aprendido a andar, mas com a piora das crises com quatro anos, já mal conseguia ficar sentada.

Foi então que Katiele encontrou uma luz, pesquisou e viu resultados excelentes do CBD para convulsões nos Estados Unidos e decidiu importar ilegalmente.

"Quando vi que poderia ser usado no tratamento, achei graça a princípio, por ser da Cannabis. Porém logo vi que era sério e poderia ser uma opção para Anny. Todo processo que envolve mudança de cultura é demorado e difícil, nós sabíamos que não seria fácil, mas cada vitória conquistada é importante e faz a diferença na vida das pessoas" - relatou a mãe na entrevista.

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A melhora foi muito rápida, logo Anny teve significativa diminuição em suas crises e já conseguia dormir nos primeiros dias de tratamento. A melhora foi percebida quase que de imediato, as dores diminuíram e as convulsões pararam. Um alívio para toda a família.

"Ficamos chocados com tamanha eficiência. Quanto à melhora, não foi só dela mas também da família inteira. A redução nas crises trouxe qualidade de vida. Hoje ela dorme a noite toda, e nós também"

No entanto, logo na segunda tentativa de importação, o produto foi barrado pela Anvisa. Então Katiele e seu marido Norberto iniciaram uma luta na justiça para conseguir importar o medicamento legalmente. Em 2014 a família conseguiu autorização para a importação do medicamento, sendo pioneira no uso medicinal da Cannabis no Brasil.

Mas este é um breve relato contado pela família em entrevista para UOL, mas a história de Anny e de outras pessoas que se uniram na luta para o acesso à Cannabis no Brasil foi relatada no documentário “Ilegal” (disponível no Youtube) em 2016.

Hoje a compra já pode ser feita até mesmo em farmácias com prescrição médica, graças a luta travada por Katiele, Norberto e outras mães e pais que unidos fizeram a história do acesso aos medicamentos canabinoides.

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