Os resultados de uma recente pesquisa, chamada “Um ensaio semi naturalista e aberto que examina o efeito da Cannabis medicinal prescrita no desempenho neurocognitivo” (tradução), sobre os efeitos neurocognitivos da maconha indicam que a Cannabis medicinal pode ter um impacto mínimo na função cognitiva de pacientes com condições crônicas de saúde, o que pode ser tranquilizador para aqueles que fazem uso a longo prazo e se preocupam com possíveis desvantagens neurológicas.
Publicado no mês passado na revista científica CNS Drugs, o estudo envolveu 40 participantes na Austrália que autoadministraram uma única dose de maconha medicinal em laboratório, conforme indicado na etiqueta do produto. Os resultados mostraram que não houve evidências de comprometimento cognitivo após a administração, surpreendendo os pesquisadores.
Os participantes foram submetidos a uma série de testes neuropsicológicos, abrangendo multitarefa, memória de reconhecimento de padrões, tempo de reação, processamento rápido de informações visuais e memória de trabalho espacial, entre outros aspectos. Além disso, foram entrevistados.
Os participantes que consumiram flores e óleo apresentaram algumas diferenças nos efeitos percebidos, sendo os que consumiram flores relatando sentir-se mais "chapados" e sedados uma hora após o consumo. O relatório aconselhou cautela ao realizar tarefas sensíveis à segurança, como dirigir, até que os pacientes alcancem uma dose estável de THC
Já em relação à eficácia do tratamento, os pacientes relataram uma melhora média de 78,6% em sua condição desde o início do tratamento com maconha medicinal.
“Não encontramos nenhuma evidência de comprometimento da função cognitiva ao comparar os escores iniciais com os pós-tratamento em uma bateria abrangente de testes neuropsicológicos, nem observamos qualquer mudança no desempenho na bateria de testes ao longo do tempo.” Afirmam os pesquisadores no artigo.
Outro estudo nessa mesma linha, chamado “Morfologia da superfície cortical em usuários de Cannabis de longo prazo: um estudo de ressonância magnética em vários locais” (tradução), de 2019, comparou a morfologia cerebral de 140 consumidores de Cannabis e 121 pessoas não consumidoras.
Não foram identificadas disparidades significativas nesta análise comparativa. Os cientistas constataram que indivíduos classificados como dependentes de maconha ou que iniciaram seu uso em idade precoce não apresentaram modificações na morfologia da superfície cortical cerebral.
No entanto automedicação com Cannabis medicinal é fortemente desaconselhada, pois pode acarretar uma série de problemas devido à complexidade do tratamento. É crucial abordar o uso terapêutico da Cannabis com seriedade, buscando orientação de um médico especializado em tratamento canabinoide.
Ao consultar um profissional qualificado, é possível obter orientações personalizadas, considerando a diversidade de produtos e as diferentes respostas individuais ao tratamento com a Cannabis. Essa abordagem assegura a segurança do paciente e otimiza os benefícios terapêuticos potenciais da Cannabis medicinal, proporcionando um acompanhamento adequado para garantir resultados eficazes e minimizar eventuais riscos à saúde.
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Referências:
ARKELL, T. R. et al. Um ensaio seminaturalista e aberto que examina o efeito de Cannabis Medicinal Prescrita no Desempenho Neurocognitivo. Drogas para o Sistema Nervoso Central, v. 37, p. 981–992, 2023. DOI: 10.1007/s40263-023-01046-z.
CHYE, Y., SUO, C., LORENZETTI, V., BATALLA, A., COUSIJN, J., GOUDRIAAN, A. E., ... YÜCEL, M. (2019). Cortical surface morphology in long-term cannabis users: A multi-site MRI study. European Neuropsychopharmacology, v. 29, n. 2, p. 257-265. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.euroneuro.2018.11.1110.
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