Patologia
A epilepsia é uma das neuropatologias mais frequentes e com maior impacto na qualidade de vida de seus pacientes. Os episódios de crises que acompanham a doença geram muitas consequências físicas, cognitivas, psicológicas e sociais.

A epilepsia pode ser causada por:

• Causas congênitas, ou seja, o indivíduo nasce com uma malformação cerebral que o predispõe ao problema;
• Causas adquiridas, isto é, quando o paciente passa por algum trauma no cérebro, como por exemplo: acidente vascular cerebral (AVC), infecções em geral ou uso abusivo de drogas.

Cannabis
No tratamento da epilepsia o principal efeito da Cannabis é na redução da intensidade e da frequência das crises, proporcionando estabilidade e qualidade de vida para os pacientes. O poder anticonvulsivante da planta não se compara a nenhuma outra terapia.

Os compostos mais importantes para esse tratamento são o CBD e o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol), estes fármacos interagem com o sistema endocanabinoide e exercem influência direta no sistema nervoso central (SNC). Isso se dá, porque no sistema nervoso existem muitos receptores endocanabinoides, nos quais os canabinoides da planta se ligam e promovem seus efeitos medicinais.

Em especial o CBD é capaz de controlar as descargas cerebrais que dão início às crises epilépticas, reduzindo as convulsões. Além disso, o canabinoide também é muito bem tolerado pelo organismo, com quase nenhum efeito adverso tornando o CBD um dos melhores tratamentos para a patologia.

O THC também é importante para o tratamento, este composto também é capaz de modular a sinapse nervosa, sendo fundamental para controlar as crises epilépticas, mas em contraponto ele também pode promover descargas elétricas em alguns casos, tornando arriscado. Mas isso para tratamentos do THC com óleos ou tinturas, porém existe o spray do composto que serve para resgates de crises, sendo um aliado muito importante para o terapia com o CBD via sublingual. Outros canabinoides também apresentam a capacidade de controlar as crises e são necessários para o tratamento.

Canabinoides mais indicados
De uma forma geral, os canabinoide mais indicados para o tratamento são:

• CBD (oral)
• THC (oral / spray nasal) - oral sempre acompanhado de CBD em grandes proporções.
• THCV /THCA /CBDV - é aconselhável em composição com o CBD para melhores resultados

Apesar disso, é importante lembrar que cada paciente é um quadro específico e precisa de uma formulação individual.

Estudos
Um primeiro estudo, de 2019, publicado no Science Direct e chamado de “Cannabidiol: A Review of Clinical Efficacy and Safety in Epilepsy” trouxe uma revisão de inúmeros estudos sobre a aplicação do CBD em casos de epilepsia, segundo os resultados da pesquisa o CBD é capaz de reduzir a frequência dos casos de epilepsia.

Um segundo estudo, intitulado “Medical cannabis for severe treatment resistant epilepsy in children: a case-series of 10 patients” publicado em 2021 no PubMed revelou que o CBD full spectrum foi capaz de reduzir em 86% a frequência das crises epilépticas, sem causar efeitos adversos.
Já em uma terceira pesquisa chamada “Use of cannabidiol in the treatment of epilepsy” publicada em 2022 no PuMed traz evidências do poder anticonvulsivante do CBD em casos de epilepsia refratárias.

Enquanto que em outro estudo em animais de 2022, intitulado “Evaluation of the Possible Anticonvulsant Effect of Δ9-Tetrahydrocannabinolic Acid in Murine Seizure Models” publicado no PubMed é revelado o poder anticonvulsivante do canabinoide THCA.

Dessa forma, vemos que a planta é super importante para os pacientes que vivem com a patologia. A cannabis ajuda em muitos sintomas vividos por elas.

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