DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

No dia 20/11 é comemorado o Dia da Consciência Negra, essa data foi escolhida por ser o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, um dos personagens históricos mais importantes do país. Em homenagem a essa data especial, vamos elucidar o papel da cannabis na cultura negra e os efeitos dessa relação na história.

Origem da proibição
A origem da cannabis na América está diretamente relacionada com a vinda dos povos africanos para cá. Foram eles que introduziram a cultura medicinal e religiosa da planta no Novo Mundo. Por conta disso, desde sempre as imagem da planta e do negro estiveram atreladas.

Traçando um paralelo entre os Estados Unidos e o Brasil podemos identificar várias semelhanças no processo histórico da criminalização da cannabis. Nos dois países a cannabis era livre quando chegou e só foi violentamente recriminada quando os governantes quiserem utilizá-la como instrumento para reprimir a comunidade africana.

A estratégia da época era criminalizar todos os elementos da cultura afro-americana, e assim indiretamente promover ataques violentos contra cidadãos negros. Foi com base nisso que nasceu a desculpa do movimento de “Guerra às Drogas” e as campanhas de demonização da planta, mas hoje sabemos que era só um pretexto para tirar a planta de cena, o que tinha por trás era um grande interesse político econômico devido a polivalência da planta, que era um grande concorrente de diversas frentes da indústria.

Nos EUA podemos citar como tática a tentativa de sujar a imagem do jazz, gênero que nasceu entre a população negra e que era muito ligado à cannabis. A sociedade norte-americana espalhou inúmeras mentiras com o intuito de difamar o gênero musical e de associar o consumo da planta à prática de crimes e delitos.

Existe hoje uma série disponível na Netflix chama "Baseado em Fatos Raciais", que conta que cannabis inspirou o jazz e o hip-hop, e desencadeou uma guerra contra as drogas cheia de injustiças raciais. O intuito da série é explorar a complexa relação dos EUA com a maconha.

No Brasil não foi diferente, o governo brasileiro recriminou movimentos culturais como a capoeira, o samba e outras manifestações na intenção de reprimir os negros brasileiros. A cannabis foi só mais um destes elementos utilizados para atacar a população negra, porém o preconceito contra a planta continua até os dias de hoje, mascarando o racismo que está por trás da criminalização da erva.

Além disso, o Brasil foi o primeiro país do mundo a fazer uma lei contra a cannabis. Em 1830, no Rio de Janeiro entrou em vigor uma lei que criminaliza o “pito de pango”, nome popular da erva na época. O pioneirismo na criminalização da cannabis evidencia o quão racista nossa sociedade era no século XIX, e quando comparamos com o momento atual não vemos muita evolução no pensamento racial da sociedade.

De lá para cá, não mudou muitas coisas o pensamento racista continua a imperar na sociedade, alimentando cada vez mais a política de guerra às drogas e a necropolítica.

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Necropolítica
A necropolítica é traduzida como a “política da morte”, isto é, o estado através de suas agências de seguranças decidem quem vive e quem morre. Para essa política ser aceita na sociedade é essencial a criação de um “inimigo” em comum a todos, nesse caso o inimigo continua sendo o mesmo desde o início, a cannabis.

A necropolítica é o próprio racismo em atividade, na qual com a desculpa de combater as drogas e livrar a nossa sociedade desse mal, grupos minoritários, principalmente os negros marginalizados, são perseguidos e assassinados.

Porém, essa política de guerra às drogas só traz malefícios e nunca chega perto de ser concluída. E enquanto isso, a população negra é dizimada e encarcerada aos montes.

Dessa forma, fica evidente que o racismo proporcionou o surgimento da guerra às drogas e é o alimento que estimula essa política até os dias de hoje. Não podemos discutir legalização de cannabis sem ressaltar a importância de políticas públicas de reparação histórica para a população negra.

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