Cannabis e Glaucoma

1 – GLAUCOMA

O Glaucoma representa um grupo de neuropatias ópticas, de evolução crônica, causada pela lesão do nervo óptico (é uma estrutura que liga o olho ao cérebro occipital, responsável pela condução das imagens da retina até ao cérebro), ocasionando a elevação da PIO (pressão intraocular), e pode evoluir para cegueira irreversível. Não possui cura, mas pode ser controlada.

Evolui de forma lenta (meses ou anos) sem demonstrar nenhum sintoma. É a doença ocular que mais causa cegueira irreversível no mundo. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), por ser assintomática nas fases iniciais, mais de 600 mil pessoas não sabem que têm a doença.

FATORES DE RISCO:

  • Idade > 40anos 
  • Pessoas negras
  • Diabetes Mellitus
  • Miopia alta
  • Herança genética (6% dos indivíduos com glaucoma já apresentaram outro caso na família).


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Sintomas:

 O Glaucoma não apresenta nenhum sintoma (em 80% dos casos), inicialmente a doença  afeta a região periférica da visão. Os sintomas só ficam evidentes somente quando já ocorreu o comprometimento de 50% ou mais do nervo óptico (células ganglionares). Se o glaucoma não for tratado, a doença pode levar à lesão permanente do nervo ótico, causando alteração progressiva do campo visual, e consequente perda da visão central, podendo evoluir para a cegueira permanente.

Os sintomas são:

  • Dor intensa nos olhos e ao redor dos olhos
  • Vermelhidão nos olhos
  • Dificuldade aumentada para enxergar no escuro
  • Cefaléia intensa
  • Aumento da pupila
  • Fotofobia / enxergar arcos em volta das luzes ao redor
  • Náusea e vômitos

Tipos de Glaucoma:


Existem diversos tipos de glaucoma, mas quatro deles são os mais comuns:

Glaucoma primário de ângulo aberto   

Também conhecido como “glaucoma crônico simples” afeta geralmente as pessoas acima dos 40 anos e representa 80% dos casos. Ocorre aumento da pressão ocular que pode ser assintomático (não apresenta sintomas).

Glaucoma primário de ângulo fechado (Agudo)  

No Glaucoma de ângulo fechado( agudo) a pressão intraocular aumenta de forma abrupta.

A principal característica é que há um aumento súbito da pressão intraocular, ocasionando turvamento da visão, escotomas citilantes, cefaléia, dor intensa no olho afetado, náuseas e vômitos. 

É considerado uma urgência oftálmica, necessitando de intervenção imediata (nas primeiras quatro a seis horas após o início dos sintomas, caso não tenha intervenção, o paciente pode perder a visão de forma irreversível - cegueira permanente).

Glaucoma congênito  

É mais raro e acontece em recém-nascidos e crianças. Os sintomas são principalmente assimetria do tamanho dos olhos e diminuição do brilho ocular.

Glaucoma secundário 

É decorrente de outras doenças como diabetes (retinopatia diabética), catarata, entre outras.

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito por um médico oftalmologista, através de alguns exames:

O diagnóstico do Glaucoma em suas formas iniciais e moderada só é feito em uma consulta oftalmológica de rotina através da aferição da PIO (pressão intraocular), deve ser feita anualmente, é a melhor forma de prevenção da doença.

Tratamento Convencional:

O tratamento de Glaucoma tem como objetivo diminuir a pressão intra-ocular elevada, que é o principal sintoma do Glaucoma, a partir daí fica mais fácil resolver outros problemas causados. 

É feito através de colírios específicos, que atuam reduzindo a PIO (pressão intraocular), e geralmente são usados por toda a vida para controlar a doença e prevenir a sua principal complicação, que é a cegueira.

Caso os colírios não consigam abaixar significativamente a pressão dos olhos pode ser necessário cirurgia, através de duas técnicas: 

  • Trabeculectomia (cirurgia mais convencional, que consiste em retirar a quantidade em excesso do humor aquoso)
  • Trabeculoplastia (cirurgia a laser para o Glaucoma)


2 - Cannabis e Glaucoma

A Cannabis vem sendo uma alternativa muito efetiva para o tratamento do Glaucoma, tendo em vista que os receptores CB1 e CB2 estão presentes em várias células relacionadas a visão.   

Estudos apontam que o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) aumentou significativamente o número de células ganglionares sobreviventes em ambas às regiões centrais e periféricas da retina afetadas.

No final dos testes, os cientistas evidenciaram que os canabinoides, mais especificamente o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) exerce papel vasodilatador, hipotensor, reduzindo a PIO (pressão intraocular),diminuindo a dor e proporciona a neuroproteção das células nervosas ópticas. 

O tratamento pode ser feito isoladamente ou combinado com outras medicações


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