Cannabis e Autismo

1 – Autismo

O T.E.A (Transtorno do Espectro Autista) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por: deficiência cognitiva (aprendizado, concentração, raciocínio, linguagem,) dificuldade de interação social e comportamento estereotipado (repetitivos).

Causas

  • Genéticas (a ciência já identificou entre 700 e 800 genes descritos como causadores de alguns quadros de autismo, seja por herança, seja por uma mutação nova). Foram descritas algumas doenças como: síndrome do cromossomo X-frágil, a esclerose tuberosa, as duplicações parciais do cromossomo 15 e a fenilcetonúria não tratada.
  • Fatores ambientais (infecção e medicamentos tomados durante a gravidez, exposição a toxinas, a idade dos pais e complicações no parto ou no período neonatal).
  • Neuroinflamação ( inflamação dos astrócitos, que são células cerebrais, ocasionada por um desequilíbrio do sistema imune, prejudicando o desenvolvimento dos neurônios, ocasionando o autismo).

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Sintomas

Os sintomas podem ser percebidos nos primeiros meses de vida e já nos primeiros anos de vida eles se tornam mais evidentes.

Sintomas no bebê:

  • Olhar fixo, parado, falta ou diminuição do contato visual durante amamentação
  • Concentração excessiva em um item ou brinquedo
  • Falta de brincadeiras e imitação
  • Atraso para aprender a engatinhar

Sintomas na primeira infância:

  • Comportamentos motores repetitivos (agitar de mãos, tronco ou cabeça)
  • Não demonstram diferença entre o colo dos pais e o de desconhecidos
  • Interações sociais ausentes, não responde a brincadeiras de adultos ou outras crianças
  • Atraso, ausência da fala ou ecolalia (criança somente repete palavras fora de contexto)
  • Foco intenso em um tópico
  • Usa brinquedos de forma incomum, por exemplo, ao invés de brincar de carrinho, se concentra na roda do brinquedo
  • Apego exagerado a objetos
  • Incômodo exagerado a determinados estímulos: luz, sons, texturas
  • Resistência a dor acima do normal (ex: a criança não chora quando cai)
  • Irritabilidade
  • Crises convulsivas

Tipos (dentro dos níveis de intensidade)

Nível 1 - Leve / Síndrome de Asperger
Conhecido como autismo de alto funcionamento, é o grau mais leve do autismo, geralmente neste nível o paciente necessita de pouco apoio, os sintomas incluem:

  • Habilidades verbais normais, mas comunicação difícil “mecânica”
  • Pouco contato visual
  • Não aceitar a imposição de regras
  • Inflexibilidade para modificar alguma coisa que faça parte da rotina
  • Ausência de contato visual constante (nesse caso, a pessoa costuma olhar mais para a mão de seu interlocutor)
  • Inteligência normal ou acima do normal
  • Interesse restrito/específico por um único tópico
  • Interações sociais atípicas: uso de linguagem extremamente formal
  • Dificuldades para se conectar com outras pessoas e fazer amizades

Nível 2 - Moderado
Pessoas com autismo de nível 2 têm funcionamento moderado, precisam de alguma assistência, mas podem ter algum grau de independência. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dificuldade na comunicação verbal: conversas atípicas e simplificadas, uso de linguagem repetitiva
  • Funcionamento mental normal ou abaixo do normal
  • Alguns problemas comportamentais como andar na ponta dos pés ou girar em torno de si ou de outros
  • Disfunções sociais (dificuldade para socializar e interagir)

Nível 3 - Severo
Também chamado de autismo de baixo funcionamento. Este é o nível mais grave do TEA, são os autistas severos, frequentemente eles não são capazes de viver de forma independente e necessitam de assistência total, seguem os principais sintomas:

  • Graves problemas na comunicação verbal, com pouca ou nenhuma fala
  • Quando há uso da fala, ela não tem função de comunicar-se
  • Funcionamento mental ou cognitivo altamente prejudicado (raciocínio, linguagem)
  • Comprometimento nas habilidades sociais ou comportamentos sociais inadequados
  • Crises convulsivas (20% dos autistas sofrem crises convulsivas, e crianças portadoras de síndromes epilépticas, desenvolvem características do TEA)

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é estabelecido por volta dos 3 anos de idade, é baseado nos sintomas clínicos, realizado por meio de observação direta do comportamento do paciente, de acordo com as informações coletadas com os familiares e com o auxílio de questionários protocolados, como a escala MCHAT (esse instrumento é um teste de triagem, não sendo um teste diagnóstico. O objetivo do teste é identificar sinais precoces de autismo).

Tratamento Convencional

O Transtorno de Espectro Autista (TEA) não é uma doença, sendo assim não existe um tratamento específico, como o próprio nome sugere, não há só um, mas vários subtipos do transtorno, devido aos diferentes níveis de comprometimento, sendo preciso utilizar o termo “espectro” para abranger todos eles.

Necessita de uma intervenção multidisciplinar que envolve médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pedagogos. Atividades como musicoterapia, equoterapia também são indicadas.

O tratamento medicamentoso disponível é específico para tratar os sintomas apresentados (agitação, ansiedade, insônia, hiperatividade, etc..). São prescritos ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e neurolépticos.
Porém estes medicamentos são muito ineficazes para estabilizar os sintomas e evitar a sua progressão, proporcionando como resultado final para o paciente apenas os severos efeitos
colaterais. Impactando assim severamente na sua qualidade de vida e dos familiares próximos.

2 - Cannabis e Autismo

Alguns estudos clínicos ja confirmam a eficácia do CBD (Canabidiol) para o tratamento do TEA.
Ele age equilibrando neurotransmissores, estimulando a síntese cerebral de serotonina, aceticolina e GABA, e diminuindo o excesso de glutamato e dopamina na área afetada pelo autismo (sistema límbico - hipocampo), melhorando a ansiedade, atenção/hiperatividade, melhora do quadro epiléptico, transtornos do sono e nos déficits de comunicação e interação social.

Pesquisadores israelenses, realizaram um estudo com 53 crianças com idade média de 11 anos, onde receberam gotas orais de CBD (Canabidiol) durante cerca de 66 dias.

A conclusão do estudo sugere que o CBD (Canabidiol) pode ter benefício nos ataques de autolesão e agressividade (67,6%), hiperatividade (68,4%), problemas com o sono (71,4%) e ansiedade (47,1%).
Ocorreram mínimos efeitos colaterais como sonolência e alteração no aumento do apetite.

De acordo com as pesquisas científicas e a prática clínica, não há dúvidas que a Cannabis é a alternativa mais eficaz disponível para o tratamento do TEA, no ponto de vista da estabilidade clínica e na real melhora da qualidade de vida do paciente e familiares.

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