A Esclerose lateral amiotrófica (ELA), é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela degeneração gradual dos principais neurônios motores no cérebro e medula espinhal, de evolução progressiva e causa desconhecida.
Com a morte neuronal, essas células nervosas perdem a sua capacidade de transmitir e receber os impulsos elétricos para o resto do corpo. A partir daí iniciam as complicações da doença, os músculos se deterioram, enfraquecem e deixam de funcionar normalmente.
A doença é marcada pelo enfraquecimento do tônus muscular e consequentemente sua atrofia, impossibilitando o paciente de locomover-se, comunicar-se e até mesmo respirar sem a ajuda de aparelhos. Como a E.L.A afeta apenas os neurônios motores, não há comprometimento intelectual ou cognitivo.
É possível destacarmos alguns fatores de risco, como:
O sintoma mais marcante da doença é a fraqueza muscular, acompanhada do endurecimento dos músculos (esclerose), no início em um dos lados do corpo (lateral) e a atrofia muscular (amiotrófica). Sendo que a atrofia dos músculos pulmonares é a principal causa da morte dos portadores do E.L.A. Entretanto, também podemos citar como complicações dessa patologia:
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A doença é de difícil diagnóstico e até ao momento não se sabe uma causa específica para a esclerose lateral amiotrófica. Por conta disso, o diagnóstico precoce e o início do tratamento o mais rápido possível são fundamentais para retardar a evolução da doença, impedir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Devido a sua progressão lenta e sintomas semelhantes a outras doenças neurológicas, o diagnóstico de E.L.A. se torna difícil de ser realizado, sendo necessário diversos exames até se atingir o diagnóstico definitivo. Para isso, devem ser analisados o histórico familiar, exames físicos, de neuroimagem e exames laboratoriais. A ressonância magnética pode descartar a chance de outras enfermidades que causam fraqueza muscular.
O Riluzol é o único fármaco aprovado para o controle paliativo da doença. Além dele, há outros medicamentos sugeridos para o tratamento, como o uso intramuscular da Metilcobalamina, o uso oral da L-serina, dentre outros. Porém, estes últimos apresentam associação com o arcabouço fisiopatológico da doença, portanto não são considerados a melhor opção para o tratamento. Além destes, o Edaravone, um outro medicamento antioxidante, recebeu a aprovação da Food Drug Administration (FDA), nos Estado Unidos. No entanto, estudos mais recentes, concluíram que o Edaravone não proporcionou aumento da sobrevida.
Pesquisas apontam que a Cannabis tem efeitos comprovados para auxiliar no tratamento da E.L.A, isso se dá pela ação de canabinóides como CBD (canabidiol), THC (delta-9-tetrahidrocanabidiol), CBG (canabigerol), entre outros. Os quais são responsáveis pelas atividades:
Devemos destacar também que o efeito é potencializado quando esses canabinóides atuam de forma sinérgica. Os compostos se manifestam por meio dos dois principais receptores do sistema endocanabinoide, o CB1 encontrado predominantemente no cérebro e o CB2 presente principalmente no sistema imunológico, sendo que o THC (delta-9-tetra-hidrocanabidiol) e o CBD (canabidiol) são os canabinóides principais que se ligam a esses receptores e desencadeiam os efeitos terapêuticos.
Além disso, também temos que destacar o papel dos terpenos, moléculas lipossolúveis encontradas na cannabis. Essas substâncias são capazes de penetrar facilmente no SNC (Sistema Nervoso Central), contribuindo com os efeitos terapêuticos da cannabis.
Outros sintomas como a fraqueza, o enrijecimento e a atrofia muscular presentes na E.L.A também são tratados com a cannabis medicinal por conta de suas ações analgésicas e de relaxamento muscular, proporcionando grande alívio e melhorando o cotidiano do paciente.
A depressão e a perda de peso também se encaixam nas complicações tratadas com a cannabis, visto que a planta também possui efeitos antidepressivos e pode ajudar a regular o apetite.
Portanto, podemos concluir que o uso medicinal da cannabis é um importante adjuvante no tratamento convencional da patologia e contribui para diminuir drasticamente as complicações decorrentes da doença. E dessa forma proporcionando melhor qualidade de vida para o paciente
Vale ressaltar que a terapia com a cannabis deve ser administrada de maneira multidisciplinar para que o paciente tenha melhor proveito do tratamento.
Então, se você possui interesse na terapia canabinóide, é preciso consultar um médico especializado. Ele será responsável por indicar qual o produto ideal e a sua dosagem, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
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O THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) é um dos fitocanabinoides encontrados na planta Cannabis Sativa. Conhecido popularmente pelo seu efeito psicoativo, porém possui propriedades medicinais muito significativas, sendo aplicado...
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