Sim, os medicamentos a base de Cannabis eram vendidos nas farmácias em 1900, e eram recomendados para inúmeras doenças e sintomas, acompanhe abaixo.
A história do Brasil está ligada com a Cannabis desde sua descoberta em1500, a planta foi trazida pelos escravos negros, daí a sua denominação de fumo-de-Angola. Desde essa época até a perseguição iniciada nos anos 1930, a planta era utilizada e comercializada até mesmo em farmácias como medicamento para uma série de condições e sintomas.
Por incrível que pareça, no século XVIII, a coroa portuguesa incentivou em certo momento o plantio de Cannabis no território brasileiro, é relatado em uma carta ao Capitão General e Governador da Capitania de São Paulo a recomendação do plantio de cânhamo por ser de interesse da Metrópole. Além disso, existem provas de que Carlota Joaquina (esposa do Rei D. João VI) costumava tomar chá feito da infusão da erva.
No entanto o uso foi muito mais difundido nas camadas menos favorecidas da sociedade, entre os negros escravos e atingindo também os índios brasileiros, que passaram inclusive a cultivá-la para uso próprio.
Por volta de 1880 o uso medicinal da Cannabis tomou mais força, um famoso formulário médico da época de 1888 "Contra a bronchite chronica das crianças (...) fumam-se (cigarrilhas Grimault) na asthma, na tísica laryngea, e em todas (...) Debaixo de sua influência o espírito tem uma tendência às idéias risonhas. Um dos seus efeitos mais ordinários é provocar gargalhadas” (Chernoviz, 1888).
"Para aliviar os sintomas dos mais graves ataques de Asma, Tosse nervosa, Rouquidão, Extinção da voz, Neuralgia facial, Insônia, e também para combater a Tuberculose laríngea, basta inalar a fumaça dos 'Cigarros Índios", prometia o anúncio da Grimault e Cia., de Paris. Esses produtos eram chamados de "cigarros índios" porque eram feitos com cannabis indica, uma variedade de maconha.
Nos anos 1930, a maconha ainda era mencionada em compêndios médicos e catálogos de produtos farmacêuticos. Como exemplo, dois autores, Araújo e Lucas em 1930, listaram as propriedades terapêuticas do extrato fluido da Cannabis.
A maconha era vendida livremente até 1917 e com prescrição médica até 1938, quando foi proibida juntamente com a cocaína. O anúncio mais antigo que Guido Fonseca, o principal pesquisador da história das drogas no Brasil, encontrou data de 1885.
Mas logo o banimento da maconha das farmácias brasileiras se iniciou também já na década de 1930, quando o país se acertou em acordo com a proibição seguindo a II Conferência Internacional do Ópio, realizada em 1924, em Genebra, pela antiga Liga das Nações. Onde apesar do tema discutido ser principalmente o ópio e a coca, o representante brasileiro na época, Pernambuco Filho, comparou a maconha a essas substâncias, e se esforçou, junto com o delegado egípcio, para incluir também como uma droga.
A partir desse momento, a abordagem repressiva em relação à maconha persistiu no Brasil, com apoio internacional e respaldo na Convenção de 1961 das Nações Unidas, que categorizou a Cannabis como uma das substâncias perigosas. Isso resultou em uma forte repressão ao uso medicinal da maconha, afastando pacientes e cientistas do seu potencial benefício. Essa proibição contribuiu para o fortalecimento da indústria militar, interessada na manutenção de conflitos armados, e marcou o início da chamada "guerra contra as drogas".
A partir dos anos 2000, após a popularização da descoberta do sistema endocanabinoide e os canabinoides endógenos (produzidos pelo próprio corpo), a comunidade científica começou a investigar o seu potencial clínico, com resultados encorajadores em muitas áreas. Os receptores são identificados em várias células e sistemas, além do sistema nervoso central, e a ciência avança na área da imunologia e oncologia.
Já em 2019, a Anvisa aprovou a regulamentação de produtos contendo Cannabis. Após essa decisão, produtos à base da planta, destinados a uso medicinal podem ser comercializados em farmácias no Brasil ou importados. No entanto, para adquiri-los, é necessário obter uma prescrição médica, e a Agência deve supervisionar e conceder a aprovação da compra.
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Referências:
Carlini EA. A história da maconha no Brasil. J bras psiquiatr [Internet]. 2006;55(4):314–7. Available from:
https://doi.org/10.1590/S0047-20852006000400008
Chernoviz PLN. Formulário e guia médico. 13Ş edição devidamente argumentada e posta a par da Sciencia. Paris: Livraria de A. Roger & F. Chernoviz, 1888.
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