Cânhamo e maconha, as variantes da Cannabis: de plantas condenadas pelo preconceito, a uma das maiores e mais seguras opções terapêuticas do século, e de milênios atrás.
Hoje vamos entender como uma das plantas mais versáteis e relevantes foi endemonizada, e colocada a margem da sociedade. Vamos apresentar a história marcada por interesses e grande manipulação. Confira abaixo.
Antes de 1800, o cânhamo era comumente utilizado em produtos como papel e têxteis. No entanto, a ascensão do algodão após a invenção do descaroçador de algodão relegou o cânhamo a uma fibra negligenciada, devido à sua produção mais acessível e confortável para as indústrias têxteis.
Contudo o advento do Decorticador de Cânhamo, apresentado por George Schlichten no início de 1900, prometia revolucionar a indústria do cânhamo, simplificando seu processamento. Logo após esse avanço, uma onda de propaganda negativa surgiu em torno da planta da Cannabis. O magnata da mídia WR Hearst, por meio de seus jornais, fabricou narrativas sobre uma nova droga chamada "maconha", criando assim uma associação negativa.
Foi aí que a palavra "maconha" (na verdade em inglês, Marijuana) surgiu - Hearst fez isso intencionalmente para demonizar a planta com um novo termo. Essa campanha culminou no filme de propaganda "Reefer Madness" em 1936, retratando a Cannabis como a substância mais perigosa do mundo.
WR Hearst não apenas controlava a maior empresa jornalística da época, mas também possuía vastas áreas florestais que eram usadas na produção de papel para seus jornais. No entanto, ele não estava sozinho em proteger seus interesses. Na década de 1920, a empresa DuPont investiu pesadamente em fibras sintéticas, considerando o cânhamo como uma ameaça para a empreitada.
Estas campanhas de endemonização não tinham como objetivo apenas classificar a maconha como droga e consequentemente proibir, mas também tirar de jogo o cânhamo, e o verdadeiro motivo desta jogada era a ganância.
A maconha e o cânhamo apresentavam um risco iminente para indústria têxtil, da celulose e do plástico. A invenção de uma máquina chamada decorticador possibilitou a produção de produtos de cânhamo muito mais baratos, e com isso seria uma ameaça aos interesses químicos que ganhavam dinheiro com o petróleo. Foi alegado que o cânhamo era uma ameaça para várias fibras, como nylon, rayon e algodão, principais produtos da indústria têxtil da Dupont.
As empresas farmacêuticas também foram a favor da proibição do cânhamo e da maconha, porque ambas não eram patenteáveis (por não requerer produtos químicos), e a indústria legal de drogas entrou na briga em conjunto para eliminar a competição natural.
Com isso as percepções sobre drogas começaram a mudar na década de 1960, com relatos crescentes sobre o uso de maconha entre estudantes universitários. Juntamente com o aumento do uso de estimulantes e sedativos, como anfetaminas e barbitúricos, a maconha tornou-se mais difundida entre os jovens, interpretada como uma rebelião contra os valores da geração anterior e contra a Guerra do Vietnã.
A eleição de Richard Nixon em 1968, com a promessa de restaurar a "lei e a ordem", marcou o início de uma intensa campanha contra o abuso de drogas. Durante a administração Reagan na década de 1980, houve uma escalada na guerra contra as drogas, impulsionada pelo medo do crack. O Congresso aprovou várias legislações antidrogas, cada uma mais severa que a anterior. Ronald Reagan e sua esposa Nancy lideraram uma campanha antidrogas agressiva, promovendo o lema "Just Say No" e implementando políticas repressivas.
A proibição da Cannabis é um exemplo de política que, embora indique ter sido implementada com a intenção de combater o uso indevido da substância, foi uma manobra de interesses que resultou em consequências adversas para pessoas, animais e para a sustentabilidade do planeta.
Essa proibição não apenas estigmatizou a planta, mas também restringiu o acesso a medicamentos que têm se mostrado muito eficazes no alívio de sintomas de diversas condições médicas, ou seja, impedindo o acesso à saúde.
Hoje, a Cannabis é considerada a medicina do futuro, mas os pacientes que necessitam, muitas vezes, se veem marginalizados de uma opção de tratamento que poderia melhorar significativamente sua qualidade de vida. A negação desse acesso não só perpetua o sofrimento de pacientes, como de diversas áreas que poderiam contar com a multifuncionalidade da Cannabis, que por sua vez serve também como matéria-prima para incontáveis produtos.
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Referências:
The (not so brief) History of Cannabis Prohibition | CBD 101
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